GOVERNO DE LADRÕES: Levantamentos
recentes apontam que houve uma percepção mundial de piora no nível de corrupção no Brasil
Por: Marcos Pedroso - MTB. 65.694/SP
De acordo com o Índice de Percepção
de Corrupção (IPC), da entidade Transparência Internacional, entre
177 países avaliados, o Brasil ficou na vergonhosa posição 72º no
ranking das economias mais honestas do mundo. Nesta avaliação,
o Brasil levou nota 42 em uma escala que vai de zero ( para os mais
corruptos) e 100 ( para os menos corruptos).
Este ranking se baseia em estudos, opiniões e pesquisas de especialistas ligados a 13 entidades internacionais, com cede em Berlim. Portanto, retrata uma referência mundial no nível de corrupção, não somente na classe política, mas em outros órgãos da administração pública, incluindo a polícia e a justiça.
CORRUPÇÃO NO BRASIL
Algum tempo atrás, um
levantamento feito pela Controladoria Geral da União (CGU)
abrangendo auditoria em contratos da União com Estados, Municípios e
Organizações Não Governamentais (ONGs), demonstrou índices
alarmantes de corrupção. De acordo com o relatório, ficou
comprovado indícios de irregularidades em 80% dos contratos
analisados, inclusive constatou-se uma realidade ainda mais
vergonhosa: menos de 5% dos envolvidos nas falcatruas recebem algum
tipo de punição. Também ficou comprovado índices
alarmantes de impunidade: praticamente não há corruptos presos
pelos crimes cometidos. Quanto ao dinheiro surrupiado, apenas uma
ínfima parte retorna aos cofres públicos.
Outros estudos
relacionados a corrupção apontam caminhos sinuosos em meio a um
vergonhoso corporativismo existente nas instituições brasileiras,
dificultando as investigações e impedindo as punições.
Com isso, as
negociatas dos corruptos produzem uma arrasadora combinação de
interesses políticos e econômicos, contribuindo em grande parte
para a sustentação dos atuais currais eleitorais existentes em
praticamente todas as unidades da federação. Reside aí, segundo
os especialistas, a vergonhosa base de apoio dos chamados políticos
assistencialistas.
As eleições periódicas deveriam delegar poderes representativos somente aos indivíduos de carreira exemplar e conduta ilibada, excluindo, naturalmente, os elementos nocivos a sociedade. Contudo, o povo continua elegendo e reelegendo políticos corruptos em sucessivas eleições, inclusive aqueles citados em escândalos badalados envolvendo lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa, nepotismo, gestão fraudulenta, fraude em licitações e tantos outros crimes de grande repercussão.
A
maioria dos estudiosos são unânimes em afirmar que o fim da
corrupção no país dependerá exclusivamente de maiores
investimentos em educação de qualidade, observando que este mal
não pode ser tratado como um problema cultural do povo brasileiro.
Obviamente, ainda estamos longe de nos tornarmos uma cleptocracia (
lugar governado por ladrões). Contudo, devemos estar atentos,
observando que no decorrer de nossa história sempre enveredamos, com
o consentimento do povo, para este caminho obscuro de vaidades e
perversidades, onde prevalecem as individualidades em detrimento da
coletividade.
O eleitor brasileiro
precisa prestar mais atenção na hora do voto. Afinal de contas, os corruptos
não tomaram o Poder a força, muito pelo contrário, cada corrupto
conquistou o seu espaço com as honras e a legitimidade do voto de
cada eleitor que o elegeu.